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Minicursos:

Minicurso 1 – Noções básicas de pré-diagnóstico de conservação em arte rupestre.

Os suportes rochosos são superfícies sensíveis, expostas a ação do tempo e passam por processos regulares de troca (umidade, calor, pressão) com o meio ambiente, além de sofrerem a ação de partículas minerais, animais, vegetais e humanas, ativas ou não. Conservação de arte rupestre pode ser definida como o conjunto de atos destinados a prolongar a vida de uma obra ou de um objeto de arte e necessita de investigação para eliminar as causas de alteração (J. Brunet, 1981). A conservação do patrimônio arqueológico e artístico implica em investigações sobre o conhecimento da obra e de seu contexto. Para compreender os mecanismos de alteração e para remediá-los é necessário lançar mão de diferentes disciplinas, tais como a geologia, a hidrologia, a climatologia, a química, a biologia, a geomorfologia, a microbiologia, a arqueologia e a história da arte.  Os dados mais importantes destas investigações são a caracterização das pinturas, os processos de alteração, a climatologia e o meio ambiente. O minicurso “Noções básicas de pré-diagnóstico de conservação em arte rupestre.” abordará tais fatos e os processos que veem sendo usados para desacelerar a degradação de tão importantes patrimônios arqueológicos.

Ministrantes: Conceição Lage (UFPI) e Heloisa Bitu (FCG-MHK e IAC)

Minicurso 2 - Noções básicas de documentação e mapeamento em 3D de sítio de arte rupestre.

A aplicação de novas tecnologias, tem feito surgir discussões, as quais tem aproximado a Arqueologia das Ciências Computacionais, que contribuíram, por exemplo, para o surgimento do termo “Arqueologia Digital”. Este minicurso tem por objetivo apresentar noções introdutórias sobre documentação e mapeamento de sítios de arte rupestre, focando nos conceitos e técnicas das Arqueologias Digital e Espacial. Abordaremos como metodologia básica a utilização de câmeras fotográficas e VANTs (Drones) para o levantamento fotogramétrico, com o intuito de construir modelos digitais em 2ª e 3ª dimensão de sítios com grafismos parietais. Essas técnicas mostram-se de grande valia para fins de conservação, difusão, investigação e discussão científica. Trabalhando em duas escalas de análise, micro e semimicro, trataremos dos procedimentos de levantamento imagético das pinturas e gravuras presentes no Sítio Arqueológico Santa Fé e na inserção ambiental do mesmo. Posteriormente os dados levantados serão processados, gerando modelos digitais representativos do Sítio e seu entorno.

Ministrantes: José Nicodemos Chagas (UFPE), Lucas Bonald (UFPE) e Francisco Soares (UFPE)

Minicurso 3 - Vamos contar essa (pré) História? Educação Patrimonial na perspectiva da arte rupestre

O contexto da arte rupestre se mostra fascinante porque suscita no espectador a curiosidade por saber quem pintou ou gravou as paredes de pedra, como e porque fez a arte, para quem, quando e, principalmente, qual a mensagem o autor quis deixar registrado. Nesse contexto, o caminho do lúdico não tem limites e cada observador pode deixar sua imaginação se soltar e tentar discorrer sobre o que vê, na sua perspectiva de vida. Ao estimular esse exercício com crianças e jovens, são abordados, de forma fácil e didática todos os temas circundantes da arqueologia, mas, principalmente, é possível tratar a paisagem dentro de uma visão holística.

Ministrantes: Fernanda Elisa C. P Resende e Maira Barberi (PUC Goiás e Tempvs Arqueologia).

Oficinas:

Oficina 1 – Produção de pigmentos minerais

A obtenção de Pigmentos Naturais, como o uso do solo e sementes, tem como finalidade divulgar técnicas ancestrais, de modo simples e criativo para conseguir variadas nuances, tons e texturas e, suas aplicações em diversos materiais. Além da oportunidade de estimular os participantes, o conteúdo é essencial para a formação de novos agentes na produção de conhecimento e aprendizagem e, para aproximar os elementos da natureza à sala de aula despertando o interesse pelo Desenho com elementos naturais, gosto pela pesquisa além de promover conexão e motivação com meio ambiente, valor fundamental para a popularização da ciência.

A oficina tem por objetivo também realizar um experimento em pintura com os pigmentos minerais como encontrados na Chapada Diamantina no Estado da Bahia e na Chapada do Araripe, situada nos Estados do Ceará, Piauí e Pernambuco para os estudos das paletas de cores e um exercício de composição artística. Como resultado pretende-se organizar o material produzido num caderno de processos com os exercícios de cada um dos participantes.

Ministrantes: Ana Cláudia Assunção (URCA), Gemicrê Nascimento (UEFS) e Luciana Almeida dos Santos (NUPAS/UEFS)

Oficina 2 - Arqueologia, infância e educação patrimonial

A oficina tem o caráter de formação e de troca de experiências. Aborda e compartilha as formas como se trabalha a Educação Patrimonial com as crianças da Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri. Partindo da metodologia da “Arqueologia Social Inclusiva”, trata do envolvimento das crianças nas atividades do laboratório de Arqueologia e desenvolvendo atividades lúdicas, educativas e reflexivas, tais como, práticas de escavação, curadoria, musealização e cuidado com as peças arqueológicas em laboratório e museu.  Busca dessa forma, desenvolver a consciência patrimonial desde a infância.

Ministrantes: Lucineide Marquis, Iriane Inácio e João Paulo Maropo (FCG-MHK)

Oficina 3 - Arqueologia Intercultural Crítica e Decolonialidade nos estudos da Arte Rupestre - Perspectivas Amazônicas 

Esta oficina visa o compartilhamento de experiências entre pesquisadores, estudantes e interessados no tema geral da descolonização do conhecimento arqueológico e, mais especificamente, na articulação entre abordagem de pesquisa colaborativa, conhecimentos dos povos Indígenas e os estudos de arte rupestre. Para tanto, o ponto de partida será a exposição de algumas experiências Amazônicas envolvendo ampla e profundamente pesquisadores e intelectuais indígenas numa agenda de produção interepistêmica e intercultural do conhecimento arqueológico. Tal agenda se subdivide em: a) planejamento de pesquisa e consulta; b) campo; c) análise dos dados; d) redação colaborativa de textos; e) publicação em co-autoria em jornais/livros; f) comunicações compartilhadas, mesas redondas e debates em eventos científicos nacionais e internacionais. Uma proposta de descolonização da pesquisa sobre arte rupestre é posta ao debate e trocas com outras experiências e perspectivas serão estimuladas. Pretende-se dar continuidade ao debate aberto na mesa-redonda "Arte Rupestre e Conhecimentos Indígenas" que ocorreu na Reunião da Abar em 2018 em Diamantina - MG,  na ocasião com participação presencial de dois investigadores Indígenas Amazônicos. Nesta retomada ao tema, infelizmente sem a presença dos conhecedores indígenas, se pretende percorrer uma trajetória de transformações da Etnoarqueologia até a Arqueologia Intercultural Crítica, passando pela abordagem colaborativa e nesse percurso tentaremos avaliar os impactos teórico-metodológicos, os desdobramentos reflexivos e as perspectivas de continuidade e expansão de práticas de pesquisa decoloniais no tema da Arte Rupestre no Brasil.

Ministrantes: Raoni Valle (UFOPA) e Prof. Higino Pimentel Tenório (Poani Tuyuka) - do povo Tuyuka do Alto rio Negro - AM

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​​VIII ABAR

2022

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